A
Parashá dessa semana é marcada principalmente pelos dez mandamentos. Porém, no
inicio, antes do episodio da outorga das duas tábuas da lei, algo inédito
acontece: Itro, sogro de Moshe, visita o acampamento de Bnei Israel. Durante a
sua estadia no local, uma das coisas que Itro percebeu foi que Moshe passava o
dia inteiro ocupado julgando sozinho questões que surgiam entre pessoas do povo.
Ele exercia a função de juiz para mais de 600 mil homens, e se desgastava muito
com isso. Quando Itro perguntou a Moshe o que estava acontecendo, Moshe
explicou a situação.
Vamos
focar em uma frase que Moshe disse: “quando alguma coisa surge para eles, vem
para mim”. Em outras palavras, Moshe disse que quando acontecia algo entre duas
pessoas de Bnei Israel, eles iam até ele para que fossem julgados. O problema
dessa interpretação é que a palavra “vem” (Ba) no passuk está escrita no
singular. Mas se eram duas pessoas que iam até Moshe, deveria estar escrito “Bau”,
“eles vêm”!
A
explicação é que Moshe estava não só apenas relatando os fatos para Itro. Implícita
em suas palavras estava uma importante lição. Quando usou a palavra Ba, no
singular, Moshe se referiu ao caso, ao acontecimento. Não às pessoas. Por isso
a palavra está no singular (um caso). Ele quis dizer que quando havia algum
caso entre duas pessoas, o caso chegava até ele para ser julgado. Pois quem
eram as pessoas não importava. Moshe dava atenção simplesmente ao caso e aos
argumentos dados, mas deixava de lado quem eram as pessoas. Caso fosse começar a
olhar para quem eram as duas partes do julgamento, Moshe sabia que poderia se
desviar do caso e não julga-lo objetivamente.
Assim
deve agir um juiz, sem se deixar influenciar pelo nome de quem está sendo
julgado. Mas, acima de tudo, assim deve agir um líder, sempre pensando no melhor
para o seu povo, otimizando cada detalhe que possa aperfeiçoar o resultado
final.
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