quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Ekev - Ame o próximo como a ti mesmo. E ganhe seus méritos

 
A Gemará no tratado de Shabat nos relata a famosa história de um não judeu que queria se converter ao judaísmo, e foi falar com o sábio Hilel, fazendo-lhe o seguinte pedido: “me ensine toda a torá enquanto eu aguento aqui de um pé só”. Ou seja, de uma forma rápida e simples. Hilel lhe respondeu: “Respeite o outro como você respeita a si mesmo”. Essa foi toda a Torá, segundo Hilel. Muitos comentaristas se dedicam a tentar entender essa história. O que é que realmente o estranho estava pedindo a Hilel e qual foi sua resposta?
A explicação é que a pergunta não era relacionada ao estudo da Torá em si, mas sim ao cumprimento das mitsvot. E a expressão “de um pé só” era uma metáfora. Regel (pé), em hebraico, também quer dizer “vez”. Existem diversas Mitsvot na Torá, e nem todas podem ser cumpridas pela mesma pessoa em apenas uma vida. Por isso, explicam nossos sábios que a alma precisa voltar a esse mundo em diferentes situações e gerações, para que lhe seja possível o cumprimento de todas as Mitsvot. Essa era a pergunta daquele estranho à Hilel: “como posso cumprir todas as mitsvot em uma só vida?” E eis que Hilel respondeu que só há uma maneira disso ser possível, ao amar a seu próximo como a ti mesmo, pois assim todas as Mitsvot que o outro faz, contam também para você e vice-versa.

A Parashá dessa semana inicia-se com o seguinte passuk, parte do discurso de Moshe: “E eis que vocês vão ouvir esses mandamentos, e vão cumpri-los e faze-los...E Hashem cumprirá para você o pacto e as bondades que Ele prometeu aos seus antepassados” (Ekev 7,12). Temos nesse passuk uma discrepância no grau do sujeito. Primeiramente, o passuk usa a linguagem do plural, mas depois a linguagem muda para o singular! Explicam nossos sábios, com base na explicação acima sobre a Gemará em Shabat, que Moshe nos está passando a seguinte mensagem: claro que é impossível uma pessoa cumprir todas as Mitsvot da Torá. Porém, caso todos cumpram as suas respectivas possíveis Mitsvot, se cada um fizer sua parte, com a condição de que o povo esteja unido, Hashem abençoará a individualmente cada um e um, levando em conta os méritos de todos juntos. É como aquelas promoções: você faz o que lhe cabe e leva um bônus muito maior.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Resumo da Parasha - Matot/Maase


Matot
- A Parasha começa falando sobre a força da palavra. Uma pessoa que faz promessas e juramentos deve cumpri-los. Quando uma mulher faz uma promessa, em determinados casos, seu pai e seu marido têm a força de anular essa decisão.
- Em seguida, Hashem ordena Bnei Israel a se vingarem do povo de Midian, e os Midianim  foram exterminados, suas cidades destruídas. Am Israel pegou todos os bens como despojos, que foram divididos entre os guerreiros, que ficaram com 50%, e o restante do povo, que ficou com a outra metade. Parte desses valores foi doada para os Leviim. Os guerreiros, em agradecimento a Hashem, doam ouro para o Mishkan.
- As tribos de Reuven e Gad pedem para receber suas porções da terra de Israel no leste do Rio Jordão, antes de entrar na terra, pois lá havia muito pasto para seus rebanhos. Apos a rejeição inicial de Moshe, eles se comprometem a guerrear no fronte na conquista de Israel, e Moshe aceita.

Maase
- Parashat Maase fala das viagens feitas por Am Israel desde que o povo saiu do Egito até a entrada em Israel. Moshe adverte o povo a expulsar todos os goim de Erets Israel, define as fronteiras e por fim fala sobre a divisão das terras entre as tribos e as 48 cidades que os Leviim receberiam, que também serviriam como cidades de refugio, abrigo para alguém que acabou matando alguém sem intenção.

Shabat shalom!!!

Obs.: cada Parashá possui mais de um Dvar Torá. Você pode encontrá-los através dos marcadores no site, ou através da ferramenta de busca. Estes só funcionam no site Desktop.
Obs. 2: caso deseje receber um aviso quando o Dvar Torá for postado, envie um email para blogdodvartora@gmail.com.

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Matot - O pedido das duas tribos e meia

            
      Na Parashá dessa semana, as tribos de Reuven, Gad e metade da tribo de Menashe pedem a Moshe que lhes permita morar no pedaço de terra do lado leste do rio Jordão, localizado antes da terra de Israel. Isso porque lá seria um melhor lugar para os seus rebanhos, onde havia muito pasto. Moshe ficou bravo com esse pedido, mas não pelo motivo esperado. Disse Moshe: “Os seus irmãos vão para guerra e vocês vão ficar aqui?” (Matot 32,1 a 6). O problema, segundo Moshe, era que essas três tribos não iriam ajudar na guerra contra os sete povos da terra de Israel. Em relação a essa bronca, as tribos responderam que não apenas participariam da guerra, como também seriam os primeiros a entrarem, e depois que ajudassem Am Israel, voltariam para morar no outro lado do rio Jordão. Moshe aceitou essa opção.
            Muitos comentaristas perguntam como Moshe não se importou com um outro problema, que a principio é pior do que o motivo de sua bronca. O lugar onde as duas tribos e meia habitariam era menos sagrado do que a terra de Israel. Uma prova disso é o fato que as pessoas que moravam naquela área não traziam o Korban do Omer e os pães de Shavuot ao Beit Hamikdash, devido à menor santidade do local. Por que Moshe não ficou bravo com o fato de Reuven, Gad e metade de Menashe decidirem habitar um lugar menos santo?

            Explica o Rav Desler em seu livro, Michtav Leeliahu, que Moshe aceitou isso pois ele entendeu os seus motivos. Eles possuíam um grande número de animais, e por isso precisavam morar num lugar onde pudessem cuidar dos rebanhos da melhor maneira possível. Hashem lhes deu um presente, e sua função era utiliza-lo da melhor maneira possível, eleva-lo. E para isso o presente deveria ser bem cuidado. Sendo assim, era entendível que eles morassem naquele lugar onde poderiam cuidar melhor do presente que D’us lhes concedeu. Muitas vezes recebemos algo de Hashem, seja um objeto ou um dom, e temos que cuidar bem dos mesmos. É o mínimo que podemos fazer para mostrar gratidão, e é isso que D’us quer que façamos com as boas coisas que Ele nos deu.
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