sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Shoftim - Foco No Shemá Israel

Em toda a história, quando um povo saía para uma guerra, uma das principais atitudes que os líderes tomavam era dar um discurso pra levantar o moral dos soldados. Sobre esse assunto, encontramos em nossa Parashá que antes de Am Israel sair para uma guerra eram proferidas aos soldados algumas palavras: “Quando vocês se aproximarem de uma guerra, o Kohen chegará e dirá: ‘ouça Israel’ (Shma Israel)”, e começava a discursar. Sobre essa introdução, a Gmará (Sotá 42) aprende que o Kohen passava um mensagem aos soldados: “não se preocupem se vocês pensam que não possuem méritos para vencer essa guerra. Aqueles que simplesmente leem o Shemá, já é suficiente”.
Essa frase contradiz a continuação dos psukim. Pois assim continuava o Kohen: “e quem for aquele que estiver com medo, pode voltar pra casa”. Dizem nossos sábios, que o temor aqui se refere aos pecados que lhe tirem o mérito de vencer a guerra. Mas como assim? Acabamos de falar que simplesmente falar o Kriat Shemá já era suficiente! Agora parece que as pessoas tinham que ser grandes tsadikim, para poderem guerrear.
Na verdade, o mérito do Kriat Shemá que mencionamos não é simplesmente a leitura do trecho do Shemá, mas sim se refere ao conteúdo deste texto tão famoso. Ao analisar o conteúdo do Shemá, nos deparamos com a aceitação completa do jugo divino, que Hashem é o nosso D’us, devemos tudo à Ele, e por isso vamos nos esforçar ao máximo para cumprir os seus mandamentos, e abandonar os pecados. Como está escrito: “E vocês servirão a Hashem com todos os seus corações e todas as suas almas”. Alguém que incorpora o que lê no Shemá, esse sim possui méritos pra vencer uma batalha. Mesmo que ele ainda não é um tsadik completo! Pois se ele se compromete (de verdade) a servir Hashem da melhor maneira possível, nasce uma relação muito profunda com o criador, que lhe garantirá uma melhora de comportamento no futuro, e o vencimento da guerra.

Lemos o Shemá em torno de 3 vezes ao dia. Já sabemos o que este significa, e pra quem ainda não sabe, hoje existem os sidurim traduzidos. Porém, na maioria das vezes, não incorporamos o que é lido. Pelo menos uma vez ou outra, quando a pessoa se sentir inspirada, esta deve tentar falar o Shemá focando no que está sendo lido e com a intenção de colocar em prática. A Torá nos garante que quem faz isso é merecedor de muitas e muitas brachot.

Nenhum comentário:

Postar um comentário