sexta-feira, 31 de julho de 2015

Vaetchanan - A Eternidade da Torá

Parashat Vaetchanan dá continuidade ao discurso de Moshe perante todo Am Israel, antes de seu falecimento. Moshe diz ao povo: “Olhe, eu ensinei a vocês as leis e os dogmas, como me ordenou Hashem”, se referindo à entrega da Torá. Por que no inicio Moshe usou a linguagem no singular (“olhe”), e logo depois usou o plural (“a vocês”)? Além disso, Moshe pede pro povo olhar algo que já ocorreu no passado, uma lembrança, que à principio é totalmente abstrata no momento de sua fala. Como isso é possível?
A resposta está mais pra frente em nossa Parashá. Após retratar o grande momento da entrega dos 10 mandamentos e repeti-los, Moshe diz que Hashem falou com o povo com uma “voz forte que não acaba nunca”. Temos que entender o significado disso, pois obviamente não se trata da voz física-material que foi emanada no Har Sinai, uma vez que ninguém a escuta hoje em dia. A explicação é que a palavra voz não deve ser entendida no sentido literal. Na verdade, ela significa a influência da voz de Hashem, ou seja o impacto da Torá em nossas vidas. Isso existe até hoje, 24/7 presente em nossas vidas.
Agora podemos entender o que Moshe quis dizer com “olhe”. Sua mensagem foi: veja como é grande a influencia da Torá em sua vida, como você age, como você se comporta, tudo devido à um acontecimento que ocorreu há vários anos. E justamente por isso o verbo “olhar” foi usado no singular, pois cada pessoa possui sua singularidade, uma forma diferente de se conectar com Hashem, um relacionamento diferente com os ensinamentos da Torá. Mas na entrega da Torá no Har Sinai todos estavam presentes, e ouviram a voz de Hashem da mesma maneira, por isso Moshe disse “ensinei a vocês”, no plural, já que todos estavam juntos.

Um episódio que aconteceu há milhares de anos influencia diariamente as vidas de cada integrante de Am Israel. É só olhar em volta. A Mezuzá na porta, a comida na mesa, o tfilin no buffet da sala e os livros nas estantes. Temos uma identidade, uma forma de agir e de pensar que provem de uma tradição que se originou há mais de 3 mil anos, e continua firme e forte em pleno século 21.

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