Mais uma vez estamos passando por um período conturbado. Primeiro, o
atentado em Paris, ocorrido há 2 semanas, quando judeus que estavam fazendo
suas compras para Shabat foram brutalmente assassinados. Essa semana,
tivemos um atentado em Tel Aviv, quando um árabe esfaqueou mais de dez pessoas
que seguiam suas vidas normalmente em um ônibus. Isso sem falar no promotor
argentino (que era judeu), que foi encontrado morto em sua casa. Em um momento
difícil como esse, podemos tentar encontrar na Parashá dessa semana alguma
mensagem que console o povo judeu de suas perdas.
Na Parashá dessa semana, além do maravilhoso acontecimento da saída do
Egito, nos é relatada a primeira Mitsva que Hashem
ordenou ao povo de Israel: a Mitsva de Kidush
Hachodesh, santificar o novo mês. O calendário judaico segue o ciclo lunar, e é
uma Mitsva calcular quando o novo
mês terá início, baseando-se na lua. Por que esta Mitsva foi justamente a escolhida para ser a primeira?
A resposta é uma importante
lição que aprendemos dessa Mitsvá. Diferentemente do Sol, que todos os dias do
ano brilha com a mesma intensidade (apesar dele parecer bem mais forte nesse
calor absurdo que está fazendo em São Paulo), a Lua passa por diferentes
estágios durante os 30 dias do mês. No início ela é invisível, não aparece. Com
o passar dos dias, vai aparecendo aos poucos, até estar completamente iluminada
no dia 15, quando começa a diminuir novamente.
Essa foi uma das primeiras
mensagens que Hashem quis enviar a Am Israel logo que este virou um povo livre,
e que deve nos acompanhar até hoje em dia. Essa mensagem pode ser considerada
como um dos alicerces para o nosso povo continuar existindo ao longo de
milhares de anos, enquanto muitos outros já se extinguiram. Desde sua criação,
Am Israel, assim como a Lua, passou, e ainda passa, por altos e baixos.
Situações difíceis são constantemente intercaladas com problemas e
complicações. Quando o Beit Hamikdash estava construído, por exemplo, éramos a
nação mais temida do mundo, sob governo do rei Shlomo. Contudo, nem sempre
estivemos na parte de cima da roda. Constantemente nosso povo é ameaçado,
insultado e desafiado por um mundo antissemita que atualmente também se
transformou em antissionista. Nesses momentos difíceis, temos de ter em mente
que a vida continuará andando, a roda girando, e os momentos altos brevemente
chegarão. Até que chegará Mashiach e viveremos numa plenitude de bons momentos.
Muitas vezes não entendemos porque acontecimentos terríveis acontecem ao nosso
povo. Apesar disso, não podemos nunca desistir. Temos de tentar sair mais fortes
de cada desafio que nos é imposto. Como diz uma música em hebraico, “O povo
eterno não teme o longo caminho”.
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