Mensagem da Parashá
Vayakhel
No começo dessa Parashá, quando a Tora nos relata sobre o Shabat, está escrito que “por seis dias o trabalho
será feito, e o sétimo dia será kadosh, Shabat
Shabaton pra Hashem”. Algumas coisas nesse passuk nos chamam a atenção. Por
qual motivo a Torá, sempre
que fala do Shabat, envolve
junto o trabalho da semana? É também notável o fato que a Torá se referiu ao trabalho
semanal de forma passiva, dizendo que o “trabalho será feito”, ao invés de
dizer que “você fará o trabalho”. Por que? Além disso, porque Shabat Shabaton, duas vezes?
R Shlomo Ganzfried, autor do Kitsur Shulchan Aruch explica em seu livro sobre o chumash
que a Torá quer nos ensinar
uma lição muito importante, que se aplica até muito mais hoje em dia do que em
gerações passadas. Todos sabemos o quanto é difícil nos esquecermos dos nossos
negócios, de nosso trabalho, por um dia inteiro. Muitas vezes quando estamos na
mesa de Shabat ou indo para
a sinagoga, nos encontramos pensando sobre as atividades que fazemos nos dias
semanais. Qual seria então o segredo para conseguirmos passar um Shabat da melhor maneira possível,
nos concentrando apenas no dia santo em que nos encontramos, sem dar bola para
o que está ocorrendo no business? Esse segredo está intrínseco nos psukim da nossa Parashá.
Para alcançarmos o estado no qual nos desconectarmos no Shabat de nossos negócios, devemos
entender que não somos os principais responsáveis por nosso sustento. Apesar de
fazermos nossa parte, nosso esforço diário, temos de compreender que todo o
nosso sustento vem de Hashem. É difícil para o ser humano compreender isso, uma
vez que ninguém gosta de assumir que não está no comando. Porém, a verdade é
que está tudo nas mãos de Hashem. Ele é quem manda. Se aceitarmos esse fato,
iremos perceber que não nos atrapalha descansar no shabat, uma vez que o “dono do negócio” quer que nós
descansemos. Sendo assim, não precisaremos mais ficar pensando no trabalho,
poderemos focar somente em assuntos espirituais.
Por isso, quando a Torá
se refere ao shabat, ela nos
remete também ao trabalho. Para entendermos que quando o primeiro se inicia, o
segundo cessa. Seis dias o trabalho será feito, e no sétimo, você descansará,
se desligará de tudo o que fez nos seis dias anteriores. Isso que quer dizer a
repetição Shabat Shabaton. Rashi em Ki Tissa explica que a Torá usou duas palavras para
frisar que o shabat não é
apenas um “feriado”, e sim um dia santo, feito para descansarmos de toda nossa
atividade materialista. Muitas pessoas, quando saem de férias, continuam com a
cabeça no trabalho, através de smartphones e laptops. Muitos fecham negócios
enquanto estão na Dysney! Já o Shabat,
é muito mais do que simples férias.
E por esse motivo a linguagem do Passuk é passiva. Uma vez
que não somos exatamente nós os responsáveis pelo nosso trabalho, não é “você
trabalhará e trará o seu sustento”, e sim “o trabalho será feito, pelo seu
esforço, mas o sustento vai vir de Hashem”.
Entendendo que esse mundo possui um Baal Habait, alguém que
cuida milimétricamente de cada detalhe, colocando em pratica o conceito de
bitachon, poderemos revolucionar a forma como passamos nosso shabat. Afinal, quando checamos
nossos iPhones no sábado a noite, percebemos que não perdemos nada nas últimas
25 horas. Sendo assim, teremos o mérito de obtermos sucesso em todos os campos
de nossas vidas.
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