quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Mensagem da Parashá - Vayakhel

Mensagem da Parashá
Vayakhel


No começo dessa Parashá, quando a Tora nos relata sobre o Shabat, está escrito que “por seis dias o trabalho será feito, e o sétimo dia será kadosh, Shabat Shabaton pra Hashem”. Algumas coisas nesse passuk nos chamam a atenção. Por qual motivo a Torá, sempre que fala do Shabat, envolve junto o trabalho da semana? É também notável o fato que a Torá se referiu ao trabalho semanal de forma passiva, dizendo que o “trabalho será feito”, ao invés de dizer que “você fará o trabalho”. Por que? Além disso, porque Shabat Shabaton, duas vezes?
R Shlomo Ganzfried, autor do Kitsur Shulchan Aruch explica em seu livro sobre o chumash que a Torá quer nos ensinar uma lição muito importante, que se aplica até muito mais hoje em dia do que em gerações passadas. Todos sabemos o quanto é difícil nos esquecermos dos nossos negócios, de nosso trabalho, por um dia inteiro. Muitas vezes quando estamos na mesa de Shabat ou indo para a sinagoga, nos encontramos pensando sobre as atividades que fazemos nos dias semanais. Qual seria então o segredo para conseguirmos passar um Shabat da melhor maneira possível, nos concentrando apenas no dia santo em que nos encontramos, sem dar bola para o que está ocorrendo no business? Esse segredo está intrínseco nos psukim da nossa Parashá.
Para alcançarmos o estado no qual nos desconectarmos no Shabat de nossos negócios, devemos entender que não somos os principais responsáveis por nosso sustento. Apesar de fazermos nossa parte, nosso esforço diário, temos de compreender que todo o nosso sustento vem de Hashem. É difícil para o ser humano compreender isso, uma vez que ninguém gosta de assumir que não está no comando. Porém, a verdade é que está tudo nas mãos de Hashem. Ele é quem manda. Se aceitarmos esse fato, iremos perceber que não nos atrapalha descansar no shabat, uma vez que o “dono do negócio” quer que nós descansemos. Sendo assim, não precisaremos mais ficar pensando no trabalho, poderemos focar somente em assuntos espirituais.
Por isso, quando a Torá se refere ao shabat, ela nos remete também ao trabalho. Para entendermos que quando o primeiro se inicia, o segundo cessa. Seis dias o trabalho será feito, e no sétimo, você descansará, se desligará de tudo o que fez nos seis dias anteriores. Isso que quer dizer a repetição Shabat Shabaton. Rashi em Ki Tissa explica que a Torá usou duas palavras para frisar que o shabat não é apenas um “feriado”, e sim um dia santo, feito para descansarmos de toda nossa atividade materialista. Muitas pessoas, quando saem de férias, continuam com a cabeça no trabalho, através de smartphones e laptops. Muitos fecham negócios enquanto estão na Dysney! Já o Shabat, é muito mais do que simples férias.
E por esse motivo a linguagem do Passuk é passiva. Uma vez que não somos exatamente nós os responsáveis pelo nosso trabalho, não é “você trabalhará e trará o seu sustento”, e sim “o trabalho será feito, pelo seu esforço, mas o sustento vai vir de Hashem”.

Entendendo que esse mundo possui um Baal Habait, alguém que cuida milimétricamente de cada detalhe, colocando em pratica o conceito de bitachon, poderemos revolucionar a forma como passamos nosso shabat. Afinal, quando checamos nossos iPhones no sábado a noite, percebemos que não perdemos nada nas últimas 25 horas. Sendo assim, teremos o mérito de obtermos sucesso em todos os campos de nossas vidas.

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