No
inicio da Parashá dessa semana a Torá nos apresenta dois irmãos, que desde
pequenos já se mostravam bem diferentes um do outro: Yaakov e Essav. Nos diz o
passuk: “E os jovens cresceram, e Essav era um homem que conhecia a caça, um
homem do campo, e Yaakov era uma pessoa íntegra, que habitava as tendas”
(Toldot 25,27). Yaakov era pacato e estudava Torá. Essav, por outro lado, ia ao
campo, e, alem de caçar, como nos diz claramente o passuk, também praticava
atos muito ruins, chegando inclusive a matar pessoas (Rashi).
Apesar
do passuk nos indicar os caminhos bem diferentes que seguiram Yaakov e Essav,
isso ocorreu apenas quando os irmãos completaram 13 anos. Como era antes
disso? Explica o Midrash que durante a
infância, os dois tiveram exatamente a mesma educação. Frequentaram a mesma
escola e praticavam as mesmas atividades. O que então será que saiu errado, e
alterou completamente a rota de Essav? Por que motivo ele não continuou no
mesmo caminho de Yaakov?
Explica
o Rav Shimshon Refael Hirsh (1808-1888, Moravia) que o problema não surgiu
quando os meninos completaram 13 anos, como poderíamos interpretar do Midrash. Na
realidade, o erro existiu na educação de Essav. Percebendo que a natureza e a
personalidade de Yaakov e Essav eram diferentes (e isso já devia ser possível quando
ambos possuíam uma certa maturidade), Itschak e Rivka não deveriam ter educado
os dois exatamente da mesma maneira. O correto a ser feito era desenvolver o
potencial de Essav, baseando-se em seus gostos e na sua maneira de agir, e
trabalhar para que este o usasse para coisas positivas. Yaakov não tinha
problema em ficar sentado estudando, mas Essav sim. O irmão sentia a
necessidade de sair ao ar livre, era mais ativo. Sendo assim, o erro foi ter
feito Essav estudar igualmente a Yaakov, a despeito de sua notória personalidade
diferente. Esse comentário de Rav Hirsh é muito forte, porém possui uma grande lição.
O
mesmo Midrash que trouxemos no início traz uma alegoria para explicar a situação
de Yaakov e Essav. Eles eram como duas espécies de flores diferentes, que
durante toda a sua criação foram tratadas e regadas da mesma maneira. É inevitável
o momento em que alguma das espécies não vai mais aguentar. É assim que se deve
pensar quando se educa um filho. Seres humanos possuem carateres e
temperamentos distintos, e é preciso primeiramente perceber os gostos, a
conduta e a índole da criança, para depois decidir qual a melhor forma de educa-la.
Seguir esse principio é o primeiro passo para garantir que a pequena semente floresça
brilhantemente no futuro.
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