quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Toldot - Yaakov e Essav: o principio da educação dos filhos


No inicio da Parashá dessa semana a Torá nos apresenta dois irmãos, que desde pequenos já se mostravam bem diferentes um do outro: Yaakov e Essav. Nos diz o passuk: “E os jovens cresceram, e Essav era um homem que conhecia a caça, um homem do campo, e Yaakov era uma pessoa íntegra, que habitava as tendas” (Toldot 25,27). Yaakov era pacato e estudava Torá. Essav, por outro lado, ia ao campo, e, alem de caçar, como nos diz claramente o passuk, também praticava atos muito ruins, chegando inclusive a matar pessoas (Rashi).
Apesar do passuk nos indicar os caminhos bem diferentes que seguiram Yaakov e Essav, isso ocorreu apenas quando os irmãos completaram 13 anos. Como era antes disso?  Explica o Midrash que durante a infância, os dois tiveram exatamente a mesma educação. Frequentaram a mesma escola e praticavam as mesmas atividades. O que então será que saiu errado, e alterou completamente a rota de Essav? Por que motivo ele não continuou no mesmo caminho de Yaakov?
Explica o Rav Shimshon Refael Hirsh (1808-1888, Moravia) que o problema não surgiu quando os meninos completaram 13 anos, como poderíamos interpretar do Midrash. Na realidade, o erro existiu na educação de Essav. Percebendo que a natureza e a personalidade de Yaakov e Essav eram diferentes (e isso já devia ser possível quando ambos possuíam uma certa maturidade), Itschak e Rivka não deveriam ter educado os dois exatamente da mesma maneira. O correto a ser feito era desenvolver o potencial de Essav, baseando-se em seus gostos e na sua maneira de agir, e trabalhar para que este o usasse para coisas positivas. Yaakov não tinha problema em ficar sentado estudando, mas Essav sim. O irmão sentia a necessidade de sair ao ar livre, era mais ativo. Sendo assim, o erro foi ter feito Essav estudar igualmente a Yaakov, a despeito de sua notória personalidade diferente. Esse comentário de Rav Hirsh é muito forte, porém possui uma grande lição.

O mesmo Midrash que trouxemos no início traz uma alegoria para explicar a situação de Yaakov e Essav. Eles eram como duas espécies de flores diferentes, que durante toda a sua criação foram tratadas e regadas da mesma maneira. É inevitável o momento em que alguma das espécies não vai mais aguentar. É assim que se deve pensar quando se educa um filho. Seres humanos possuem carateres e temperamentos distintos, e é preciso primeiramente perceber os gostos, a conduta e a índole da criança, para depois decidir qual a melhor forma de educa-la. Seguir esse principio é o primeiro passo para garantir que a pequena semente floresça brilhantemente no futuro.

Obs.: cada Parashá possui mais de um Dvar Torá. Você pode encontrá-los através dos marcadores no site, ou através da ferramenta de busca. Estes só funcionam no site Desktop.
Obs. 2: caso deseje receber um aviso quando o Dvar Torá for postado, envie um email para blogdodvartora@gmail.com.
 Obs 3: nos adicione no Facebook: Dvar Torá Semanal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário