sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Bereshit - Escolha as boas influências

                                   
Essa semana reiniciamos o ciclo da Torá, com a primeira e talvez mais conhecida Parashá, Bereshit. Como todos sabem, os primeiros capítulos da Torá narram a criação do mundo e do homem. No primeiro dia, por exemplo, Hashem criou a luz e a separou da escuridão. Logo depois disso, diz o passuk: “E D’us chamou a luz de ‘dia’, e a escuridão Ele chamou de ‘noite’” (Bereshit 1,5). Sobre esse passuk, o Midrash aprende uma bonita lição que podemos aplicar em nosso dia a dia. Pergunta o Midrash: por que o nome de D’us é citado somente na primeira parte do passuk, e não em seu final? Explica o Midrash que Hashem não associa o Seu nome com coisas ruins, e a escuridão remete a algo ruim. Por isso o nome de Hashem só foi citado em relação ao dia, mas em relação à noite o passuk escreveu apenas na terceira pessoa; pois D’us é 100% bondade.
Realmente, é uma mensagem bonita. Porém, após uma análise simples, esse Midrash parece não fazer muito sentido. Quando uma frase descreve várias ações de um sujeito, o mesmo não precisa ser mencionado em cada parte da oração. Sendo assim, o passuk menciona que Hashem chamou a luz de “dia”, e já está implícito que foi Hashem que nomeou a escuridão de “noite”. Citar a palavra Hashem novamente seria redundante, e sabemos que os psukim evitam ao máximo a repetição. Sendo assim, qual foi a pergunta do Midrash?
Explica o Rabino Shmuel Aba (1809-1879, Polônia), em seu livro Lahav Esh, que havia uma outra forma de se escrever o passuk. Simplesmente, a ordem poderia ser invertida. E na verdade, isso não é uma mera possibilidade que estamos levantando. Esta seria a forma correta a ser escrita, uma vez que nos psukim que relatam a criação do mundo, a noite sempre é mencionada antes do dia (pelo fato do dia no calendário judaico iniciar-se na noite anterior). Então, o passuk deveria ter escrito: “E D’us chamou a escuridão de ‘noite’, e a luz Ele chamou de ‘dia’”. Essa foi a pergunta do Midrash: por que o passuk não foi escrito de uma forma coerente com o resto da criação do mundo, e, consequentemente, por que o nome de D’us foi mencionado com a luz, e não com a escuridão? Dessa discrepância o Midrash aprende que Hashem não associa o seu nome a ruindades.
Muitas vezes, podemos pegar como exemplo explicações sobre D’us e aplica-las em nossas próprias vidas. Em qualquer lugar onde vamos, seja este judaico ou não, haverão boas e más influencias. Sempre existirão aquelas pessoas que agregarão coisas positivas e aquelas que são capazes de nos influenciar negativamente. Temos sempre que nos associar aos bons indivíduos, àqueles que podem contribuir para a melhora de nossa conduta.



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