Essa
semana, tivemos a triste noticia do atentado terrorista na Bélgica, quando duas
bombas explodiram, uma no aeroporto e uma em uma estação de metro, matando mais
de 30 pessoas, e ferindo centenas. Uma das reações mais comuns do povo e da mídia
após uma tragedia dessas é procurar por culpados. Os ministros do interior e da
justiça ofereceram suas renuncias, por se considerarem responsáveis pelo
ocorrido. Renuncias estas negadas pelo primeiro ministro. Nos últimos dias, a mídia
começou com suas revelações que demonstram ter havido uma grande negligencia
por parte da segurança Belga. Por exemplo, descobriram que um dos terroristas havia
sido preso há nove meses devido às suas atividades extremistas, porém foi libertado
não muito depois por falta de provas. No momento, os olhares estão em sua
maioria voltados para o passado. Mas o principal ainda falta ser feito, que é pensar
no presente e tomar decisões para o futuro.
A
Parashá desta semana continua nos relatando os diferentes korbanot que eram oferecidos
no Mishkan. Além disso, no inicio da Parashá, um trabalho um tanto interessante
é ordenado aos Kohanim: todos os dias de manhã, um Kohen deveria retirar as
cinzas do Mizbeach, que haviam sobrado da queima do sacrifício do dia anterior,
e tinha que leva-las para fora do Mishkan, para depois darem inicio aos serviços
do próprio dia.
A
palavra usada pelo passuk para ordenar esta mitsvá da retirada das cinzas foi “tsav”.
Hashem disse à Moshe: “ordene à Aharon”. Explica Rashi no local que a palavra “ordenar”
remete à uma ordem não apenas para aquele momento, mas que deve ser passada para
as próximas gerações. Ou seja, as cinzas do Mizbeach devem sempre ser retiradas
do jeito descrito pelo passuk. Porém, podemos também entender que não apenas a
mitsvá em si deveria ser transmitida para as próximas gerações, como também a
mensagem que nela está intrínseca, a qual todos nós devemos aplicar em nosso
dia-a-dia.

Porém,
no final do processo, o Kohen retirava as cinzas do acampamento. Isso nos
ensina que não podemos apenas ficar no passado, nos contentar com o que já
fizemos. O que já foi feito, sendo bom ou ruim, não pode mais ser alterado. Não
é suficiente se prender nisso e parar no tempo. O passado é sim importante, porém,
é preciso usa-lo sabiamente para decidir como agir corretamente no presente, e
assim obter sucesso no futuro.
Erros
graves realmente ocorreram na Bélgica. Culpados estão sendo apontados. Porém, não
adianta ficar só nisso. As autoridades Belgas devem aprender com as falhas, e agir
urgentemente para corrigi-las. O passado não pode mais ser apagado. Mas pode
muito bem ser transformado num poderoso alicerce para um futuro bem-sucedido.
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