A
Parashá dessa semana é repleta de assuntos distintos. O mais trágico destes,
talvez até mesmo o assunto mais trágico de toda a Torá, é o pecado do bezerro
de ouro. Justamente quando Moshe estava no Har Sinai recebendo as tábuas da
lei, o povo cometeu um grande pecado, construiu um bezerro de ouro, e começou a
idolatra-lo. Muitas explicações são dadas para este acontecimento, porque o povo
chegou em um nível tão baixo.
Essa
semana, porém, vamos falar do pós-bezerro-de-ouro. A segunda coisa que Moshe
fez após o povo ter pecado (a primeira foi quebrar as tábuas) foi ir pedir que
Hashem perdoasse Am Israel. Porém, no discurso que proferiu, Moshe disse algo
um tanto estranho. “E esse povo cometeu um grande pecado” (Shmot 32,31). Se o
objetivo era defender o povo e pedir desculpas, por que lembrar o fato que o
pecado foi grande? Para que essa ênfase no pecado? Não seria melhor deixa-lo de
lado, ou minimiza-lo?
Explica
o Rebe Yechezkel de Kuzmir (1755-1856) que Moshe propositalmente lembrou o
pecado, e lhe deu a sua devida proporção. Uma das principais coisas que compõe uma
teshuvá verdadeira, o arrependimento de um pecado cometido, é reconhece-lo. Não
adianta ficar dando desculpas, jogando a culpa nos outros ou na situação.
Somente quando há um verdadeiro reconhecimento do que foi feito é que é possível
se arrepender verdadeiramente e buscar uma melhora de conduta.
Quando
Adam Harishon comeu do fruto proibido e Hashem foi falar com ele, ao invés de
reconhecer o erro e dizer que estava arrependido, ele jogou a culpa em Chava.
Por isso, sua teshuvá não foi recebida. Moshe não queria cometer o mesmo erro,
portanto disse claramente que o povo havia cometido um pecado bem sério, e
pediu desculpas pelo mesmo, convencendo finalmente Hashem a perdoar Am Israel.
Essa
lógica não se aplica apenas com pecados. Todos cometemos erros em nosso dia a
dia. E o mais fácil, quando alguém nos aponta que falhamos é negar ou, quase
que espontaneamente, oferecer alguma desculpa. Contudo, a maneira mais efetiva
para uma pessoa crescer e se desenvolver, é reconhecer e aprender com seus erros.
Assumir o erro é muito difícil. Porém é uma condição sine qua non para não o
repetir outras vezes, e obter o sucesso no fufuro.
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