sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Vaetchanan - O Legado de Moshe: Comece!

Em época de Copa do Mundo e próximos de uma Olimpíada, ambos sendo organizados no Brasil, muito se fala em “legado”. Para quem não sabe, legado significa “parte da herança deixada”, segundo o dicionário Michaelis. Ao falar em legado, o povo brasileiro busca entender quais foram os benefícios deixados ao país, e, automaticamente, às pessoas, por esses eventos esportivos de ampla magnitude.
“Legado” também é assunto da Parashá dessa semana. Está escrito em nossa Parashá que Moshe dividiu cidades de refúgio no deserto, nas terras que seriam habitadas pelas tribos de Reuven, Gad e metade de Menashe, que se situavam fora da terra de Israel. Essa cidades, como se sabe, serviam como um  refúgio para quem matou uma pessoa inintencionalmente. Logo após a Torá nos contar isso, está escrito um famoso passuk, que dizemos todas as vezes que fazemos o famoso levantamento do Sefer Torá: “E Esta é a Torá que Moshe colocou perante Am Israel.” O que quer dizer esse passuk, e por que ele foi mencionado justamente aqui, quando está se falando sobre as cidades de refugio que Moshe dividiu?
Torá vem da palavra Horaá, ensinamento. Este passuk vem nos dizer que temos aqui um enorme ensinamento que Moshe passou para o povo. Um importantíssimo legado dentre os muitos que ele deixou na iminência de sua morte.
Explica o Kli Yakar que as cidades de refúgio só começariam a “funcionar” quando outras cidades fossem escolhidas na terra de Israel, após a conquista da terra santa. Até isso acontecer, as cidades que Moshe dividiu no deserto eram inoperantes. Então por que ele fez isso? Por que não deixar para alguém dividi-las no momento certo? Seria mais logico escolher todas as cidades de uma vez! Rashi explica que Moshe teve o seguinte pensamento: “Uma Mitsva que eu posso cumprir, mesmo que seja apenas uma parte, cumprirei”. Moshe sabia que não seria efetiva essa escolha, e que as cidades ficariam pendentes até que as outras fossem escolhidas em Israel. E ele sabia que outra pessoa continuaria o seu trabalho. Apesar disso, com muita vontade ele executou parte dessa Mitsvá.

“Essa foi a Torá que Moshe colocou perante Am Israel”. Este foi o legado. No nosso dia a dia, estamos rodeados de oportunidades de cumprir Mitsvot e praticar bons atos. Entretanto, muitas vezes desistimos, antes mesmo de começar, por acharmos que não conseguiremos completá-los. É nessa hora que devemos seguir o exemplo de Moshe. Se nos surge uma oportunidade, aceitamos, começamos e tentamos fazer o máximo possível. Se não conseguirmos completar a Mitsvá, isso é outra história. Como dizia o filosofo Chinês Lao Tsé, “uma longa viagem começa com um único passo”.

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