É
famoso o conceito que as Parshiot da Torá estão ligadas com os acontecimentos que
ocorrem na semana em que são lidas. Ainda mais quando o episódio em questão é
uma festividade judaica. Temos então de entender qual a ligação entre Parashat
Mikets e a festa de Chanuka.
Explica
o Maharal de Praga (1520-1609) que o principal objetivo dos gregos ao perseguir
o povo judeu era para lhes afastar da Torá e dos valores judaicos. E justamente
comemoramos em Chanuka o fato disso não ter acontecido. Há diversas ligações entre
a festa de Chanuka e a Torá. Por exemplo, a Torá é comparada com a luz (Torá
Or), e a principal Mitsvá de Chanuka é o acendimento das velas da Chanukia. Além
disso, Chanuka tem uma duração de oito dias, justamente o número relacionado com
a Torá: segundo a Kabalá, o número 7 é considerado o número da natureza, e o 8
representa o sobrenatural, ou seja, a Torá. Sendo assim, o milagre das velas no
Beit Hamikdash, que duraram oito dias com uma quantidade suficiente para apenas
um, foi justamente para mostrar que a Torá não havia sido destruída. Em Chanuka
então, comemoramos o fato da Torá ter continuado a fazer parte do dia a dia de
Am Israel, mesmo este se encontrando em um momento delicado de sua história,
perseguido e oprimido pelos gregos.
Nas
Parashiot relacionadas a Yossef encontramos exatamente essa mesma ideia. Yossef
havia sido vendido ao Egito como um escravo, e se encontrava sozinho, na casa
de Potifar, mas mesmo assim, resistiu ao assédio da esposa de seu chefe. Dizem nossos
sábios que o que deu forças a Yossef foi uma imagem de seu pai que apareceu em
sua mente, lhe lembrando quais eram seus verdadeiros valores. Além disso, quando
interpretou os sonhos do padeiro, do copeiro e do Faraó, Yossef sempre
mencionou que Hashem é quem lhe dava os poderes para faze-lo. Continuando um
pouco a história, já na Parashá da semana que vem, quando Yossef mandou dizerem
para Yaakov que ele estava vivo, fez questão de dar ao pai um sinal para que
ele reconhecesse que a mensagem vinha realmente de seu filho: enviou carroças
(agalot), palavra que em hebraico possui a mesma raiz da palavra “egla” (bezerro),
para mostrar que ele se lembrava que no dia em que se separaram, os dois
estavam estudando uma passagem da Torá relacionada ao animal.
Yossef
é o exemplo perfeito de como a Torá, mesmo nos lugares mais distantes, em meio
a culturas completamente diferentes e antagônicas, nunca se extinguirá. Essa é a
conexão entre as Parshiot que contam a sua história e a festa de Chanuka.
Atualmente, na maioria dos casos, não temos desafios como os que Yossef
enfrentou. Vivemos em meio a uma comunidade judaica organizada e respeitada.
Cabe a nós, então, incorporar a mensagem da festa de Chanuka e fazer a nossa
parte para manter a chama dos valores judaicos sempre acesa.
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